quarta-feira, 30 de junho de 2010

Capitulo 10 - Explicações Necessárias

Daniel e Anne se aproximaram ainda mais, Dan pensava que apesar de desejar Anne ela não merecia ser usada para satisfazer suas necessidades de macho e nem para satisfazer seus desejos como se ela fosse sua escrava sexual e que ainda nem sabia como seria estar com ela na cama, não que ele não a desejasse, mas o problema era ele e não ela.


Anne pensava que antes de iniciarem qualquer coisa ela teria que ser sincera com ele e contar qual foi o real motivo por se aproximar dele, claro que ela desejava estar nos braços dele, mas não podia ser mentirosa consigo, mas também não podia mentir pra ele. Dan já tinha ouvido mentiras demais nos últimos quatro anos ao lado de Mel.

Anne e Dan estavam conscientes de que se eles se beijassem sem antes esclarecer as coisas, se sentiriam traidores depois.

Anne coloca as mãos nos braços de Dan num gesto como se estivesse pedindo calma e ele se afasta, ela o olha seria:



- Dan preciso te dizer uma coisa... – Lamenta ela, que segue - Eu não fui sincera com você na noite passada, quando tentei me aproximar de você... Eu... Na verdade eu queria mesmo saber se você era advogado e se ainda trabalhava com as causas da vara familiar – Ela comentou tentando desviar o desejo que sentia por ele para segundo plano e se afastando dele.

Dan olhou para ela surpreso e logo pensou que deveria ser algo sobre a filha que tinha a ouvido resmungar na noite anterior, alias ele começou a rezar mentalmente para que fosse apenas isso e que ela não fosse uma assassina, uma ladra, uma psicopata, enfim... Qualquer coisa que não fosse fazê-lo lamentar de ter procurado por ela. Anne sorri para ele:



- Eu preciso do melhor advogado deste país para não perder a guarda da minha filha de uma vez por todas – Eles se olham e ela faz um gesto para ele esperar e sai, Dan vai par sala se senta em uma poltrona.

Anne voltou minutos depois com um processo dentro de uma pasta e coloca em cima da mesa da pequena sala. Dan observa o processo e pergunta inseguro:



- Por que você perdeu a guarda de sua filha? – Perguntou ele ainda mais serio.

- A Beatriz... Eu tenho uma filha e estou disputando a guarda dela com a minha ex sogra desde que ela tinha apenas quatro anos, hoje ela tem oito anos – e respira fundo – Dan eu vou te contar de uma forma resumida.



Eles sorriem uma para o outro e ela senta ao lado dele, Dan comenta:



- Obrigada pelo “melhor advogado do país”, mas minha área não é mais a familiar, estou me dedicando apenas aos crimes, há dois anos estou unicamente como criminalista, deixei a vara familiar - Anne fica seria e lamenta:



- Serio? Ai que droga... Quero dizer que pena, poxa eu acho que a revista na qual eu li isso, estava mais desatualizada do que o seu Chico que vive aqui na esquina e acha que ainda estamos em mil novecentos e noventa e oito – Anne fica preocupada, agora sim que ela estava na lona.



Dan ri diante do comentário sobre o vizinho que Anne fez e sugere:



- Eu tenho uma amiga que pode ler o seu processo e me dizer o que acha, só preciso que você me diga por cima o que houve e falo com ela, levo o processo e amanhã te dou uma resposta, o que acha? – pergunta Dan animado.



Anne sorri e fica animada novamente afinal ela não sabia como ia pagar a tal advogada, mas já era uma esperança.

Anne decide contar a Dan sobre seu caso de uma forma rápida, apenar de todos os seus problemas e conflitos, Dan estava irresistível diante dela naquela luz tênue e começa a explicar um pouco alterada:



- Dan aos vinte anos eu fui mãe, o pai da minha filha morreu num acidente de carro, ele estava embriagado e depois de me bater, ele encheu a cara como dizem por ai e se matou. A mãe dele que nunca me achou boa o suficiente para o filhinho rico e herdeiro do trono na empresa, passou a me atormentar e depois que descobriu que a Bia era mesmo filha do Bruno, ela iniciou o processo alegando que eu não tinha condições de criar a menina, que além de pobre eu era uma vagabunda. Ela conseguiu com a ajuda de um ex advogado meu e um cara que eu nunca vi, e provaram que eu estava me prostituindo – Anne parou e respirou fundo, lembrar de tudo isso era doloroso, Dan seguia perplexo observando e processando toda a historia.

Anne prossegue depois de respirar fundo novamente:



– Bom depois disso, há um ano ela conseguiu que minha filha more com ela e que a gente possa se ver a cada quinze dias. Ela comprou todos os meus ex-advogados e conseguiu comprar tanta gente, tantas provas, tantas testemunhas, que só me restava alguém como você para me ajudar, eu não tenho outra escolha Dan – Ela abaixou a cabeça e enxugou as lagrimas e sorriu para ele que lia algumas partes do processo, tentando não reparar naquele par de coxas que tinha a sua frente e que pareciam chamar por ele.

Dan fechou o processo e colocou na pasta e olhou para ela, estava feliz por Anne não ser uma psicopata ou algo assim, mas triste por achar que o interesse dela era apenas profissional e não que eles tinham interesse um no outro.

Anne e Dan comeram a pizza e conversaram sobre o processo, minutos depois ela foi até a cozinha levar as coisas do jantar enquanto Dan ficou lendo o processo na sala, ele colocou o processo junto com as coisas dele e olhou para ela que estava perto dele na sala:



- Anne eu tenho certeza que Lívia irá aceitar seu caso, pode ficar tranquila que amanhã te trago uma boa noticia – Ele tentou disfarçar sua decepção com ela, afinal ela não estava tão interessada com ele pensou.



Anne se aproxima dele e pergunta cheia de esperança:



- Então você acha que tenho chance?

- Olha Anne vou ser sincero com você, eu acredito que tenha sim, e mais acho que minha amiga vai ficar muito interessada no seu caso, ela tem um problema serio com o advogado de sua ex-sogra, e isso já será um bom atrativo para ela – concluiu ele com um sorriso breve.



Anne fica seria novamente e toca o braço de Dan que alias era o braço de alguém que malhava e que deveria saber segurar uma mulher muito bem e nervosa começa a se explicar:



- Eu queria te explicar duas coisas - E fica de frente para ele que também estava em pé, eles se olham nos olhos e se fazem a mesma pergunta, como podiam se desejar dessa forma? Anne quebra o silêncio:



- Dan vou ser sincera de novo, primeiro é que não sou rica, como já deu para perceber e então eu gostaria que você falasse com sua amiga sobre isso, pois se ela aceitar que eu pague em prestações eu não tenho nenhum problema quanto a isso, eu trabalho o dobro, enfim... e - Dan a olha e fica se imaginando perdido naquelas curvas, e ela o chama:



- Dan? Você está me ouvindo? - Ele sorri:

- Claro que estou, estava pensando na Lívia, mas e a outra coisa? Anne o observa, ele estava com uma cara de quem tinha acabado de aprontar e conclui:



- Eu sei que parece estranho, mas eu não pretendo pagar o processo me... é... Dan eu sei que parece que eu queria ir pra cama com você para isso, mas não sou uma garota de programa, então eu não queria confundir as coisas, sei que a primeira vista eu estava dando essa impressão, mas é que nunca consegui chamar sua atenção aqui na livraria então eu tinha que aparecer de alguma forma na sua frente e conseguir falar com você nem que pra isso eu precisasse ficar quase nua, eu pretendia te dizer a mesma coisa quanto a pagamento em prestações, lógico que jogando um charme a mais e o olha... - Dan sorri:



- Eu nunca pensei isso, mas como te disse vou levar o caso para minha amiga e ela me dará a resposta amanhã e te digo o que ela achou, Anne não se preocupe eu vou te ajudar - Ela sorri:

- A troca de...? A troca de que? Isso não pode ser apenas culpa, por termos ido parar na prisão, você tem mais alguma carta na manga? Ele ri, enquanto lia o processo de Anne e aguardava a volta dela da cozinha depois de arrumar as coisas e ele tinha agradecido essa demora pois teria atacado ela de novo se ficassem mais tempo naquela sala. Mas Dan tinha tido uma idéia completamente sem cabimento, louca e talvez ridícula, tinha acabado de ter uma idéia tão maluca que talvez ela fosse à única mulher que ele conhecia que era tão maluquinha a ponto de aceitar.

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